No olho, a retina é responsável por reproduzir as imagens que enxergamos.
Posicionada no fundo do globo ocular, a retina é uma membrana capaz de captar os estímulos luminosos que chegam até ela após atravessarem a córnea. Depois de decodificadas pelo cérebro, formam-se as imagens que enxergamos.
Como em todo o corpo, a atenção à saúde dos olhos é essencial para manter uma vida mais tranquila.
Especificamente na retina, 8 doenças são mais frequentes e podem trazer consequências preocupantes. Conheça essas doenças, e seus sintomas.
A coriorretinopatia serosa central é uma doença que atinge a mácula, região importante da retina, responsável pela visão de detalhes e de cores.
A visão pode ficar comprometida pelo descolamento seroso que ela provoca.
O paciente pode apresentar mancha acinzentada ou ponto preto na região central da visão. Em alguns casos, pode ter a sensação de que os objetos estão tortos.
A doença é mais frequente em homens entre 20 a 45 anos, com altos níveis de estresse e tensão emocional, sendo também associada ao uso crônico de corticosteróides.
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) causa a perda gradual da visão. A doença atinge a área central da retina, chamada de mácula, e que é responsável pela visão de detalhes e pela visão em cores.
Há duas formas de DMRI: seca (não exsudativa ou atrófica) ou úmida (neovascular ou exsudativa).
Na DMRI seca, a perda da visão acontece aos poucos ao longo dos anos. Não costumam perder totalmente a visão central, mas as tarefas que exigem visão perfeitamente focalizada podem se tornar mais difíceis.
Na DMRI do tipo úmida, a perda de visão tende a progredir rapidamente, em geral em dias ou semanas, e pode haver perda súbita se houver hemorragia.
Embora o nome sugira, não é apenas a idade a responsável pela DMRI. Outros fatores contribuem para o surgimento da doença, sendo os principais:
Na DMRI do tipo seca, a pessoa pode ter poucos ou nenhum sintoma. Quando eles ocorrem, a visão pode parecer embaçada ou pouco detalhada.
Com a progressão da doença, podem aparecer áreas centrais escuras, o que compromete a visão.
Na DMRI do tipo úmida, o primeiro sintoma pode ser uma área de embaçamento, ondulação da imagem ou visão central distorcida. A visão nas extremidades do campo visual (visão periférica) geralmente não é afetada.
O descolamento da retina é um problema grave e precisa de atendimento médico urgente, pois pode provocar perda total da visão.
Pode ser causado por lesões degenerativas da retina, pelo próprio processo de envelhecimento e descolamento do vítreo, por traumas no olho ou na cabeça com potencial para causar rasgos ou buracos na retina, ou ainda por doenças como retinopatia diabética e outras.
O descolamento de retina é indolor, mas existem sinais e sintomas que podem precedê-lo e que precisam de atenção no sentido de buscar atendimento médico precoce, antes que ele de fato ocorra ou progrida:
Enxergar moscas volantes é detectar manchas no campo de visão que parecem pequenos insetos ou ainda, pontos, fios ou linhas transparentes ou escuros, que pairam no ar.
Elas surgem, na maioria das vezes, em decorrência do descolamento do vítreo, sendo uma característica fisiológica do envelhecimento, embora ocorra também em pacientes jovens.
As moscas volantes se movem com a movimentação dos olhos ou quando se tenta olhar para eles.
Não há distinção de faixa etária para o surgimento de moscas volantes. No entanto, pessoas com miopia, indivíduos com sintomas de descolamento do vítreo (geralmente acima de 40 anos), pacientes que já operaram catarata e pessoas que tiveram algum trauma ocular (bolada, soco) as apresentam mais frequentemente.
Os sintomas são visuais. A pessoa vai enxergar manchas que se assemelham a insetos, pontos ou linhas no campo de visão. É indolor, mas pode gerar muito incômodo.
A oclusão da veia central da retina ocorre quando um bloqueio não permite que o sangue flua normalmente nos olhos.
Essa é a segunda doença de causa vascular mais comum de perda visual, perdendo somente para a retinopatia diabética.
A oclusão da veia central da retina pode se apresentar de 2 maneiras diferentes: isquêmica ou não isquêmica.
A forma não isquêmica é a mais comum. Ocorre perda visual súbita, indolor e unilateral.
A forma isquêmica é mais grave, com perda visual muito severa.
Nas duas formas, as queixas são de perda unilateral da visão de forma aguda, indolor, de intensidade moderada a severa, com os seguintes achados:
A retinopatia diabética é a doença ocular que pode ser causada pelo diabetes, doença muito comum, e que é tratada com alimentação adequada, hábitos saudáveis e medicação.
Pacientes com pelo menos 20 anos de convívio com diabetes estão sujeitos a retinopatia diabética.
Pode ocorrer em quase 100% dos pacientes com diabetes mellitus (DM) tipo 1 e em 60% dos DM tipo 2.
Todas as pessoas portadoras de diabetes tipo 1 ou tipo 2 devem fazer acompanhamento da doença e manter os níveis glicêmicos em dia.
A retinopatia diabética pode não manifestar sintomas nos primeiros anos de doença. Dessa forma, o paciente não percebe alterações na visão no estágio inicial, porém, as lesões se agravam com o passar do tempo, devendo, por isso, serem acompanhadas de perto pelo oftalmologista e tratadas desde as formas iniciais e leves.
Como consequência da pressão arterial elevada, podem ocorrer alterações nos vasos da retina, levando à retinopatia hipertensiva.
A doença é assintomática nas fases iniciais, podendo levar a sinais como alterações no calibre, retificação e tortuosidade dos vasos, nos cruzamentos das arteríolas com as vênulas retinianas, hemorragia retiniana, manchas algodonosas e edema do nervo óptico . Em geral é assintomática, mas algumas formas mais graves podem causar fotofobia (sensibilidade à luz), baixa da visão ou visão e manchas e dores de cabeça.
A retinopatia miópica pode surgir em pacientes com alto grau de miopia, estando relacionada ao crescimento do globo ocular que ocorre no míope.
A retina mostra uma atrofia, principalmente na região da mácula, podendo haver o aparecimento de hemorragias maculares e outras alterações típicas, além do descolamento de retina, patologia mais frequente em altos míopes do que em não míopes.
Pacientes com miopia acima de 4 graus devem ficar atentos à evolução de seu grau e a sintomas como baixa da visão, escurecimento da visão ou aparecimento de manchas e fazer acompanhamento periódico.
O primeiro passo é procurar um médico especialista. O oftalmologista é capaz de examinar, solicitar os exames indicados em cada situação e diagnosticar com precisão.
O ideal é não esperar os sintomas aparecerem, para buscar atendimento. Como vimos, a percepção das doenças da retina nas fases iniciais é mais difícil, por muitas delas cursarem assintomáticas nesta fase.
Portanto, consultas de rotina e hábitos saudáveis são essenciais para manter a saúde e a visão. Prevenir é sempre o melhor remédio.
